quarta-feira, 21 de maio de 2014

Música...? Sim, por favor

Falar de nós os dois é falar de música. Somos amantes de variados géneros e a música é parte activa da nossa vivência. Aliás, no início da nossa história, a música desempenha um papel fundamental como factor de destino e união.


Mas comecemos pelo início...

Desde pequenina que tenho uma paixão pelo canto. Fechada na marquise de casa dos meus pais, passava horas infindáveis a tentar reproduzir as obras de artistas femininas que representavam o ideal de cantora para mim - Aretha Franklin, Celine Dion, Mariah Carey, Whitney Houston... enfim, uma série delas.
Com o passar do tempo, tive o privilégio de participar em bandas que animavam bailaricos carnavalescos e acabei por ter um projecto com um grupo de amigos que chegou a diferentes palcos nacionais. Não fui estrela famosa, mas pude experimentar a emoção de cantar para plateias de milhares de pessoas e conhecer artistas de renome nacional.
Ao entrar para a faculdade, não restavam dúvidas de que faria parte da tuna académica para manter esta paixão acesa. Pois bem, foi aqui que os astros começaram a alinhar-se para que eu e o Z cruzássemos o caminho um do outro.

Certo dia de Verão, no longínquo ano de 2007 (se não me falha a memória), a tuna foi convidada para ser anfitriã de um evento comemorativo dos 20 anos de Erasmus. O evento, realizado na mui nobre Casa da Música, consistia em apresentações multi-culturais por diferentes tunas, evocando os países que constituíam a rede de Erasmus a vigorar na Europa. A minha tuna ficara incumbida de representar o país que nos alberga e, nesse sentido, o cancioneiro remetia para músicas que marcaram a nossa história. Pessoalmente, era um dia importante porque seria a minha estreia a cantar o Fado Português, original de Amália Rodrigues e interpretado por Dulce Pontes, tarefa nada fácil de cumprir. 
Estava nervosa e sentia que este era um dia que não mais me esqueceria.
A festa estava a chegar ao fim e chegara o tão aguardado momento de cantar para uma sala cheia de pessoas de diferentes línguas, origens e passados. 

Meus queridos, se há palavra que possa descrever aproximadamente o que se passou nos 5 minutos seguintes, posso garantir que foi MAGIA. A sala ficou em silêncio, os corações bateram ao ritmo de cada acorde e o sentimento foi magnânimo. Nunca me senti tão feliz na minha vida.

Mas perguntam vocês: que tem isto que ver com a história da J e do Z?

Bem, o Z estava na plateia, acompanhado pela sua mãe, e embora não nos conhecêssemos então, ele prometeu a quem o estivesse a ouvir que casaria com "a rapariga que cantou o fado"!

Curioso, não?!...

Passado quase um ano, a música voltou a alinhar as estrelas para que nos encontrássemos e foi num ensaio de música, em casa de uma amiga em comum, que eu conheci o Z. Era o dia 18 de Maio de 2008.

Desde esse dia, nunca mais nos separámos.

Descobri que também ele era apaixonado por música. Aprendera a tocar guitarra e fazia serões familiares a tocar e cantar as músicas que mais gostava, tendo inclusive colaborado numa banda. Embora não pertencesse a nenhuma tuna ou grupo musical, a guitarra era a sua fiel companheira e, ainda hoje, está pronta para ser tocada.
Quando a noite não convida a sair ou a ver televisão, ele afina as cordas e eu vou buscar os gatafunhos com letras e lá nos aventuramos em mais um serão de jam session particular.
O tom seguro e rouco da sua voz aninha-se à suavidade do meu timbre e, juntos, criamos uma harmonia perfeita, acompanhada pela amargura e pelo ritmo da guitarra. O casamento ideal entre a música e a paixão.

Podem perguntar-se se temos uma música nossa, como é comum acontecer entre casais, mas a resposta não será a esperada. Considero que a minha aventura com o Z tem sido tão maravilhosa e inesperada, que seleccionar apenas uma música seria reduzir tudo isto a uma unidade demasiado pequena para medir o nosso amor. Por isso, poderia estar um dia inteiro a falar das músicas que nos identificam e que são a banda sonora da nossa relação. Como não gosto de maçar ninguém, vou poupar-vos desse testamento, mas garanto-vos uma coisa: se nos perguntassem se poderíamos viver sem música, diríamos logo que não! Música na nossa vida? Sim, por favor! E sempre!



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